Tente subir a maior escada do mundo com degraus altos e irregulares: notará quantas vezes te acometerá uma vontade súbita de desistir; os músculos reclamam, os pulmões comprimem e parece que vão parar de funcionar, você olha para baixo e os olhos escurecem lhe dando à impressão que vai perder as forças e incidir. Essa aflição de não saber se vai chegar ao êxtase do topo é uma eterna angústia de fazer perder o sono e repensaras escolhas.
E foi assim, com essas sensações ampliadas que o Núcleo de Atividades Físicas e saúde (NAFS), abriu suas portas em 27 de fevereiro de 2012; esse espaço acumulava muitos sonhos, sonhados ao longo de quatro anos de formação.
Ah...Mas para esses sonhos se tornarem realidade é uma longa escada.
Primeiro achar um local (uma verdadeira odisseia), quando enfim achei descobri que meu rico dinheirinho, fruto de anos de trabalho e finais de semana de extra, não era tanto assim. Mas tudo bem o NAFS abriu suas portas assim mesmo, afinal era só mais um degrau difícil de galgar. E logo surgiram outros obstáculos, afinal era preciso ministrar forró, pois o São João a festa nordestina mais famosa se aproximava, e os forrozeiros começaram a aparecer.
Ufa!
As bailarinas também, afinal tínhamos que mostra nosso molejo, e mostramos em uma festa Árabe que nos rendeu muitos frutos bons, fotos, vídeos e apresentações novas alunas: Inshallah !
Ah... A luz no fim do túnel começou a aparecer! E essa luz me dizia que eu precisava estudar - Sim... Estudar MUITO - por que todas as pessoas que adentravam o meu espaço estavam sentindo uma dor: dor aqui, dor ali, nunca vi tanta dor na minha vida; parecia que no meu espaço de Atividade Física e Saúde só entravam doentes. Meu Deus, eu precisava estudar tudo que não aprendi na faculdade.
A cada pessoa matriculada era como se eu tivesse passado no vestibular outra vez. Fosse no forró, no Jump, no Pilates ou na Dança do Ventre. E foi entre vitórias e derrotas, entre dias em que não aparecia ninguém e batia uma solidão, e os dias em que pessoas inesperadas apareciam; que aconteceram as festas de São João e o clima leve do NAFS conquistou alguns alunos fiéis.
O combustível do São João me deu força e coragem para ousar em um projeto inédito: trouxe diretamente de Minas Gerais a professora e bailarina Letícia Soares (A DIVINA!) para um projeto que foi um divisor de águas, na Dança do Ventre de Itabuna - BA. Visto que aproximou uma bailarina de padrão internacional de estudantes do interior de forma única; imaginem “A DIVINA” no camarim das minhas alunas (sim por que ela não foi para o camarim dos convidados), conversando, rindo e dividindo experiências; isso não é uma coisa que se vê todo dia por aqui. Letícia ainda ministrou Workshops com temas clássicos e modernos, com uma didática impressionante.
Sem dúvida aquele fim de semana foi de arrebatamento para minhas alunas por essa vivência, meu por conseguir realizar o projeto,conseguindo novas alianças e fortalecendo as velhas; e a platéia viu de perto o motivo de minha admiração por Letícia e pela arte que a Dança do Ventre representa. Teve gente que nem me cobrou por serviços prestados na Mostra de Dança, devido ao êxtase que sentiu assistindo a conclusão desse trabalho.
Então fiquei ousada: agora ninguém segura mais minha mente fértil de sonhos(kkkkkkkkk)!Foram varias festas com temas loucos e bobos: passamos por “Dia das Crianças”,”Anos 60”, “Halloween”, “Bataclan” - vixe a coisa pegou fogo! (foi porta quebrado, roxos nas pernas, gente caindo porque estava rindo e rindo quando caia...rsrsrs) As meninas do Zouk que o digam.
Sim, mas e a saúde fica como? Afinal isso não é um espaço de saúde minha gente? Ah da saúde eu cuido durante o dia e na semana, com aulas de Pilates e Jump; por que as dores não me assustam mais e as atividades físicas voltadas para saúde estão em visível progresso, temos até personal trainner e novos acessórios!
O ano não podia acabar sem mais audácia, então subi mais um degrau da maior escada do mundo e realizei um segundo projeto agora com a professora e bailarina Cris Azevedo direto de Salvador. Ela ministrou workshops com temas folclóricos, que encantaram as participantes; mostrou-nos um folclore limpo, simples e cativante. A linda Cris dançou e surpreendeu com seu lado de “Menina Baladi” e nos fez entender que a Dança do Ventre, definitivamente é para TODAS.
A dança teve seus momentos nesse primeiro ano e se fez presente em vários festivais de dança da cidade, além disso, ganhamos a mídia também; sim estamos na rádio, nos jornais e blogs online da cidade; até na revista Shimmie (rsrrs).
Agora a mente já esta em 2013, cujo degrau da escada já nem sei mais qual é -só sei que olho para o topo e vejo que ainda está longe, mas não tem problema sou Educadora Física e subir escadas faz bem para saúde. Que venha 2013, pois a magia esta no ar, as coreografias já estão nascendo, o coração está acelerado e os novos projetos estão saindo do papel. A companhia Taksim vai voar e espalhara magia nos ares de Itabuna.
Jaciara Taksim
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